Olá manolos!!
É engraçado como a vida dá voltas e nos surpreende.
Quem imaginaria que meu amigo da 6ª série se tornaria uma cineasta de grande
destaque? Fico imensamente feliz de perceber que meus colegas de turma seguiram
carreiras tão promissoras e se destacaram no mercado de trabalho.
Marlom Meirelles tem desenvolvido diversos projetos
de destaque no cenário nacional, como cursos de cinema do cineCabeça, uma
atividade que leva cursos de cinemas para escolas públicas pernambucanas.
Produziu 5 livros, festivais de cinema, além de ter tido uma experiência
internacional de fotografia em mais de 10 países.
Seus trabalhos em execução são as oficinas
DOCUMENTANDO e MÍDIAS MÓVEIS. Como realizador está participando de debates com
o filme ENTRE MULHERES. A convite da Secretaria de Mulher de Pernambuco está
participando de uma série de exibições do filme, seguidas de debates de gênero.
Conheça seu último projeto
“Olhos de Botão” é o mais recente
projeto cinematográfico do diretor pernambucano Marlom Meirelles. O
curta-metragem de ficção, duração de 18 minutos, foi integralmente captado em
Serra Negra, distrito da cidade de Bezerros, no agreste pernambucano. Com a
empreitada, o diretor retornou a sua terra natal para contar uma história
bastante peculiar, que mistura o campo das relações pessoais e afetivas ao
universo das lendas urbanas, muito típicas no Estado.
Banner do curta-metragem "Olhos de Botão"
Na trama, Dora e Miguel, um casal
de idosos que vive isolado em uma pequena propriedade rural, têm suas vidas
radicalmente modificadas com a chegada de Júlia, uma menina de cerca de oito
anos de idade encontrada no mato. Aparentemente abandonada pelos pais, Júlia é
prontamente acolhida por Miguel, e se junta ao cenário antes preenchido
unicamente pelo casal e seus animais domésticos. A relação de carinho
estabelecida entre a menina e seu novo voinho vai se fortalecendo à
medida que aumenta a desconfiança e o ciúme de Dora, que passa a olhar Júlia
como uma intrusa nociva a seu cotidiano árido e cristalizado pela solidão. “A
interpretação do final inesperado fica a critério do espectador, e já rendeu
diversas reações por parte da própria equipe de gravação. Cada um tem sua
explicação, o fechamento depende do repertório de quem assiste”, conta o
roteirista.
Cena do curta-metragem "Olhos de Botão"
O clima de suspense que o filme estabelece é um
elemento característico de algumas histórias populares de Pernambuco, como “A
Perna Cabeluda” e “A Emparedada da Rua Nova”, transmitidas de geração em
geração. Conhecidas pela originalidade, pelo uso de elementos fantásticos e por
lidarem com o imaginário regional, essas histórias apresentam estruturas
marcadas pelo mistério, e brincam com as crenças e a moral típicas da população
do agreste. Assim também são as lendas, que se perpetuam passando de ouvinte em
ouvinte, como crias deixadas nas feiras, nas esquinas, nas portas das casas, e
que são levadas adiante em diferentes versões.
O projeto destaca algumas
características rurais tipicamente nordestinas, quase arquetípicas, e outras
muito específicas do local onde acontecem as filmagens. Para isso, os elementos
da cenografia, figurino e maquiagem foram idealizados pelo experiente diretor
de arte pernambucano Beto Normal, a partir de uma análise representacional e
simbólica de cada um dos personagens. Beto, que participou de filmes premiados
como “Cinema, aspirinas e urubus”, de Marcelo Gomes, imprime uma sensibilidade
especial com os detalhes, como o fogão a gás que, esquecido em um canto da
cozinha, não consegue ocupar o posto do fogão a lenha.
Além da ambientação, outro
cuidado presente no filme é o respeito com a forma de falar tradicional da
região. Com diálogos trabalhados por um carioca e interpretados por atores de
origens e gerações diferentes, foi fundamental um trabalho de adequação das
palavras ao dizer do agreste rural pernambucano.
Os atores são de três municípios
distintos. A menina Eduarda Andrade, selecionada em um dos concorridos testes
de elenco que aconteceram no município de Bezerros, conta com a experiência dos
veteranos Beto Aragão, ator da cena teatral caruaruense, e Zezita Matos, de
João Pessoa, atriz que traz no currículo filmes de sucesso, como o
longa-metragem “O Céu de Suely”, de Karim Ainouz.
O set de gravação conta ainda com
o diretor de fotografia Ivanildo Machado, com longa experiência no mercado de
filmes publicitários, com Eva Jofilsan liderando a produção, com Catarina
Apolonio no comando do design de som e com uma equipe que contabiliza, no
total, cerca de 30 integrantes. E, na etapa complementar do projeto, o filme
traz nos créditos o nome de João Maria, montador de “O Som ao Redor”, filme brasileiro
de maior repercussão dos últimos anos, dirigido pelo recifense Kleber Mendonça
Filho.
“Olhos de Botão” conta com o
patrocínio do Governo de Pernambuco, através do Fundo de Cultura do Estado –
Funcultura, e da Prefeitura Municipal de Bezerros. Apoio da Laurentur, Pousada
Canto da Serra e CNA Bezerros. Parceria com PortoMídia e Trescaras.
PRÊMIOS
· III Prêmio Naíde Teodósio de
estudos de gênero, pela Secretaria da Mulher de Recife, com o roteiro de
documentário intitulado “Entre mulheres” - Recife/2010;
· IV Prêmio Naíde Teodósio de
estudos de gênero, pela Secretaria da Mulher de Recife, com o roteiro de
documentário intitulado “Iluminadas” - Recife/2011;
· “3° Concurso Pernambuco
Nação Cultural”, promovido pela Fundarpe - Recife/2009;
· “4° Concurso Pernambuco
Nação Cultural”, promovido pela Fundarpe - Recife/2010;
· Prêmio Patativa do Assaré, do
Ministério da Cultura, com o projeto “Literatura de Cordel: Revelando Novos
Contadores”/2011;
· Prêmio Agente Jovem de Cultura,
com o projeto “Cultura Digital, a Arte em Movimento” Minc/2012;
· Diretor do curta-metragem
DEVANEIO, 1º lugar no Festival de Vídeo de Pernambuco/2011 e finalista do
Prêmio ABC de fotografia para curta-metragem, da Associação Brasileira de
Cinematografia/2009;
· Diretor do curta-metragem “A
Emparedada da Rua Nova”, 1° lugar pelo voto popular no festival
CEL.U.CINE/2010.