Muitos
de nós acreditam se tratar de uma perda de tempo e se perguntam: quanto tempo
aguentamos sem dormir? E quais as consequências de não desfrutar do sono?
Qualquer
pessoa saudável que planeje descobrir as respostas por sua própria experiência
terá dificuldades em executá-lo. "A vontade de dormir é tão forte que ela
chega a superar a vontade de comer", afirma Erin Hanlon, professora no
Centro de Sono, Metabolismo e Saúde da Universidade de Chicago, nos Estados
Unidos. "O cérebro simplesmente embarca no sono, apesar de todos os
esforços conscientes para espantá-lo."
O
motivo exato pelo qual a vontade de dormir é tão forte ainda é um mistério.
"A função precisa do sono ainda precisa ser desvendada", afirma
Hanlon. Ela acrescenta, no entanto, que algo no sono parece "zerar"
os sistemas em nosso organismo.
Além
disso, alguns estudos demonstraram que o sono rotineiro e adequado ajuda a
curar doenças, fortalece o sistema imunológico, melhora o metabolismo e traz
muitas outras vantagens. É por isso que nos sentimos bem ao acordarmos de uma
noite bem dormida.
Por
outro lado, a falta de sono pode estar ligada a um maior risco de diabetes,
problemas cardíacos, obesidade, depressão e outras doenças. Para evitar esses
males, nosso corpo envia sinais desagradáveis quando adiamos ou encurtamos o
descanso: a energia acaba, o andar se torna cambaleante, as pálpebras pesam
sobre os olhos doloridos.
E
quanto mais resistimos a dormir, perdemos a capacidade de concentração e de
memória.
Se
ignorarmos esses efeitos e passarmos dias e dias acordados, nossas mentes
começam a se desequilibrar. Alterações de humor, paranoias e alucinações tomam
conta. "É uma espécie de loucura", define Atul Malhotra, diretor de
medicina do sono da Universidade da Califórnia em San Diego.
Muitos
estudos documentaram o declínio do organismo que sofre que privação do sono. O
nível de hormônios causadores do estresse, como a adrenalina e o cortisol,
aumenta, fazendo a pressão arterial subir.
Enquanto
isso, o ritmo cardíaco se altera e o sistema imunológico começa a esmorecer,
segundo Malhotra. "Esses indivíduos passam a se sentir cada vez mais
ansiosos e têm maior risco de contrair doenças", afirma.
A
boa notícia é que esses efeitos não são permanentes e podem desaparecer ao se
colocar o sono em dia. "Os danos são reversíveis", afirma Jerome
Siegel, professor do Centro para a Pesquisa do Sono da Universidade da
Califórnia em Los Angeles.
Especialistas também deram dicas sobre como obter
um sono saudável.
- Manter um horário para dormir, mesmo nos fins de semana.
- Ter uma rotina para dormir relaxado.
- Exercitar-se diariamente.
- Garantir condições ideais de temperatura, ruído e luz no quarto.
- Dormir em um colchão e travesseiros confortáveis.
- Ter cuidado com a ingestão de álcool e cafeína.
- Desligar aparelhos eletrônicos antes de dormir.